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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Maré negra: BP se prepara para selar definitivamente o poço de petróleo



NOVA ORLEANS, EUA, 3 Ago 2010 (AFP) -A BP se prepara nesta terça-feira para fechar definitivamente o poço que deu origem ao maior derramamento de petróleo dos Estados Unidos, permitindo que a empresa se concentre nas consequências ecológicas da catástrofe no Golfo do México.

Os engenheiros do grupo devem ainda conduzir últimos testes, antes de iniciar a operação chamada de "Static Kill" que consiste em inserir líquidos e partículas sólidas no poço danificado e depois cimentá-lo.

A BP anunciou na segunda-feira a descoberta de um pequeno escapamento hidráulico no nível do tampo do poço, o que retardou o processo de intervenção.

Mas nesta terça-feira, o almirante Thad Allen, encarregado da luta contra a maré negra pelo governo americano, informou que o vazamento foi interrompido durante a noite e que os novos testes permitiriam a "tomada de uma decisão sobre a continuação das operações durante o dia".

Se a operação der certo, as equipes do grupo britânico selarão definitivamente o poço que já não vaza mais desde meados de julho graças à instalação de um funil.

O procedimento, no entanto, nunca foi testado e uma tentativa similar fracassou no fim de maio.

De acordo com os dirigentes do grupo, deve ser possível saber, algumas horas depois que a operação "static kill" começar, se a intervenção será bem-sucedida.

Em seguida, uma operação denominada de "bottom kill" será colocada em prática entre os dias 11 e 15 de agosto. Esta permitirá a confirmação do sucesso, ou do fracasso, da tentativa de cimentar o poço principal através de secundários.

Enquanto a BP tenta concluir a operação, dados oficiais foram divulgados e confirmaram que a explosão e o naufrágio da plataforma Deepwater Horizon no fim de abril provocou a pior maré negra da história dos Estados Unidos.

No total, 4,9 milhões de barris, ou seja, 780 milhões de litros, de petróleo escaparam do poço. Desse montante, 800 mil barris (127 milhões de litros) foram recuperados.

Segundo a lei americana, a BP pode ser obrigada a pagar de 1.100 dólares a 4.300 dólares de multa por barril derramado e não recuperado, se for provado que o grupo foi culpado por negligência, o que quer dizer uma multa total que pode atingir até 17,6 bilhões de dólares.

O grupo informou nesta terça-feira ter recentemente enviado faturas ainda não pagas, de um total de 1,67 bilhão de dólares, aos seus parceiros no golfo do México, Mitsui e Anadarko, para que eles ajudassem nas despesas.

Apesar da esperança de virar, enfim, a página da catástrofe, os americanos continuam preocupados com as consequências ecológicas em longo prazo, principalmente depois da publicação, no sábado, de documentos pelo Congresso sobre o uso de dispersantes.

Segundo a BP e as autoridades americanas, quase 7 milhões de litros de dispersantes foram utilizados. Mas Edward Markey, presidente democrata de uma subcomissão para o meio ambiente da Câmara dos Representantes, declarou nesta segunda-feira para o canal CNN que esses números são questionáveis.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro Nacional de Preparação para Catástrofes (NDCP) com 1.200 habitantes das zonas atingidas, 40% deles disseram terem sido afetados diretamente.

Pais entrevistados também apontaram problemas de saúde dos filhos: erupções cutâneas, dificuldades respiratórias, tristeza, nervosismo e ainda dificuldades para dormir.

Fonte: g1.globo.com

¨Esperamos que eles não poupem esforços ($) para diminuir os danos ambientais causados pelo vazamento.¨

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